“Quanto ao mais, irmãos, ....tudo o que é amável...
se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Fl.4:8
O termo amável apenas aparece neste texto no sentido mais
aceito pelos estudiosos como o significado da palavra agradável. Não só em
harmonizar um bom pensamento, mas promover o que é agradável.
Se olharmos para isso, mais uma vez precisamos de ajuda em
nosso cotidiano, pois somos analisados, pelos outros como agradáveis ou
desagradáveis.
Mas o que seria ser agradável? Seria alguém dado com
todos? Seria alguém que sorri para todos? Que não tem problema com ninguém?
Observe que pensar em um ser agradável, e também o ser agradável custa uns bons
neurônios.
Antes de responder está questão, precisamos olhar para as
sutilezas que estão por traz do não é que não seja agradável, mas o motivo
porque não é agradável.
Ser agradável nem sempre está relacionado pelo que vemos.
Observe o objeto do primeiro pecado, está escrito que “a árvore do meio do
jardim era agradável a vista e boa para comida”, porém não era agradável
desobedecer. (Gn.2:9) Observe a escolha de Sansão e sua resposta ao seu pai,
“...tomai-me esta, porque ela agrada meus olhos”, porém não era agradável
desprezar conselhos, o que lhe custou seus próprios olhos. (Jz.14:3;16:28),
como disse o escritor aos Hebreus “falta-me-ia o tempo contando de...” Ló;
Geazi e outros.
Ser agradável não tem nenhuma relação em puxar saco. Ser
agradável, não tem nenhuma relação em você tomar partido. Ser agradável, não
tem nenhuma relação em cortar amizade com um em detrimento de outro. Ser
agradável, não tem nada haver com expressão facial, seja um sorriso quinze por trinta
ou um rosto de “poder”.
Ser agradável está relacionado primeiro á nossa sensibilidade
no servir á Deus, pois o primeiro que precisa ser agradado é Ele. (Hb.12:28).
Agora não se iluda em pensar que Deus se agrada, quando desagradamos o nosso
semelhante.
Deus honra o que lhe agrada e perante muitos, Ele nos
conduz a ser agradável. (Et.10:3). Primeiro precisamos crescer em amabilidade
para com Deus, o resto será conseqüência. (ISm.2:29)
Portanto que nosso interior possa refletir, transmitir, do
sentimento mais puro plantado por Deus em nós, pelo Espírito que nos é
derramado (Rm.5:5) para que ao falar, as palavras sejam “sempre” agradáveis
(Cl.4:6), para que ao cultuar, vivamos uma apresentação de um sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus (Rm12:1), para que, quer ausentes ou presentes se
tenha a menção e a lembrança de que o intuito, foi ser agradável (2Co.5:9)
Ser agradável, ao ponto de analisar a real existência no
sentido do louvor e da virtude em tudo no que é agradável, pode nos levar para
uma consciência mais elevada ou revoltada, pois “nem sempre nossa escolha em
sermos agradáveis principalmente de nossa vida com Deus nos deixará isento de
agravos, sofrimentos e até que se padeça injustamente. (Leia IPe.2:5)
É agradável, amar sem ser amado (2Co.12:15). É agradável
ser moído, quando se envolve vidas (Is.53:10). É agradável, pagar com o bem o
mal recebido (Rm.12:21). É agradável aguardar em silêncio a salvação do Senhor
(Lm.3:28).
É desagradável, o desamor. É desagradável, o terror. É
desagradável ver a atual situação de horror.
É amável, pensar em um amor acima do som que tine ou de um
dom que se exprime. É amável pensar no amor que tudo sofre, tudo crê, tudo
espera, tudo suporta.
Se nisso pensarmos, ainda assim, entenderemos, que se o
amor nunca falha, ser amável nunca é perder, é sempre ganhar.
“...tudo o que é amável...”
Fernando Cardoso
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